O senador Marcos do Val (Podemos-ES) passou a manhã desta segunda-feira (4) sob monitoramento eletrônico, usando tornozeleira por determinação direta do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A medida radical foi adotada logo após o parlamentar voltar ao Brasil, contrariando ordem do Supremo ao deixar o país e passar cerca de 10 dias nos Estados Unidos com sua família.

No aeroporto de Brasília, o senador foi surpreendido pela Polícia Federal, que o abordou assim que desembarcou. Marcos do Val ofereceu resistência à instalação do dispositivo, mas a exigência judicial foi cumprida em caráter imediato. Ele é alvo de um inquérito conduzido pela PF para investigar ataques e ofensas que teria feito a agentes da instituição.

Moraes decretou ainda uma série de restrições duras: recolhimento domiciliar das 19h às 6h durante a semana, e prisão domiciliar integral nos finais de semana, além do cancelamento e devolução do passaporte diplomático. As medidas proíbem o uso de redes sociais, determinam o bloqueio total de bens, contas bancárias, investimentos, cartões e salários do senador, além dos veículos registrados em seu nome. Uma exceção para o recolhimento, porém, permite horário estendido para sessões no Senado, mediante justificativa.

Em 2024, o mesmo ministro já havia congelado as redes sociais de Do Val e apreendido seus passaportes. O episódio ganhou contornos inéditos após o senador ignorar essas restrições e viajar a Orlando durante o recesso parlamentar, atitude que agora culmina na vigilância eletrônica e limitação severa de sua liberdade e patrimônio.