Em uma visita estratégica a Feira de Santana nesta segunda-feira (21), o senador Jaques Wagner, líder do governo no Senado, fez duras declarações sobre o cenário internacional turbulento e a crise política que assola o Brasil. Ele destacou que a extrema direita não só no país, mas no mundo, está em uma perigosa reorganização, flertando com o autoritarismo e ameaçando a estabilidade democrática.

Wagner também criticou o recente “tarifaço” imposto pelos Estados Unidos a produtos brasileiros, classificando a medida como política e não comercial. Em entrevista, ele revelou que o Brasil já buscou diálogo diplomático por meio de cartas enviadas em maio e julho ao governo americano, sem resposta até o momento. “Eles querem interferir no STF e nas questões internas do Brasil, o que é absolutamente inaceitável. A soberania brasileira está fora de qualquer negociação”, afirmou.

O senador alerta que o Brasil perde cerca de sete bilhões de dólares por ano no comércio com os EUA, desmontando a lógica por trás das tarifas. Para diminuir a tensão, ele anunciou que viajará aos Estados Unidos no fim de semana com um grupo de senadores para negociar diretamente com parlamentares americanos interessados no Brasil. “Não queremos guerra, mas diálogo. Mantemos uma relação de mais de 200 anos com os EUA que precisa ser preservada”, enfatizou.

Na política interna, Wagner garantiu que não há risco de racha entre o PT e o PSD, especialmente em sua relação com Otto Alencar. Sobre as pré-candidaturas ao Senado em 2026, ele destacou o desafio de manter a unidade, brincando que a “arte da política é não matar o boi e não deixar o freguês sem carne” diante da disputa entre Rui, ele e Coronel.