Em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, uma mulher desesperada usou um pedido inusitado para alertar a Polícia Militar sobre violência doméstica: ao ligar para o 190, ela solicitou uma “dipirona” — um código que indicava que ela estava em perigo sem alertar o agressor. Atento ao risco, o operador do chamado começou a questioná-la por códigos para identificar o autor da violência e a gravidade da situação, resultando na rápida intervenção da PMMS, que encontrou a vítima sem ferimentos graves e prendeu o agressor.
O impacto dessa ação foi tão forte que, dias depois, a própria vítima ligou novamente para agradecer o socorro da Polícia. Este método criativo e corajoso de denúncia chamou atenção e evidencia a urgência em proteger as mulheres vítimas de abusos que muitas vezes não conseguem pedir ajuda abertamente.
Outro caso semelhante veio do sudoeste baiano, em Vitória da Conquista. Na última quarta-feira (30), uma mulher vítima de violência doméstica pediu uma “pizza” durante uma ligação ao 190, outro código para evitar levantar suspeitas do agressor. O ex-companheiro, que não aceitava o fim do relacionamento e ameaçava a vítima, foi imediatamente abordado pela 78ª Companhia Independente de Polícia Militar. Ele resistiu à prisão e foi contido com balas de borracha antes de ser levado para a Delegacia Especial de Atendimento à Mulher (Deam).
Esses episódios revelam a criatividade das vítimas e a sensibilidade das forças policiais no enfrentamento da violência doméstica. A ousadia dessas mulheres e a agilidade das autoridades conseguem, assim, salvar vidas e trazer justiça onde o silêncio poderia imperar.