O Supremo Tribunal Federal (STF) chegou ao fim nesta segunda-feira (28) na etapa decisiva dos interrogatórios em ações penais que investigam a trama golpista que abalou o país durante o governo de Jair Bolsonaro. Foram ouvidos 31 réus acusados de arquitetar a tentativa de golpe para reverter a derrota nas eleições de 2022, com depoimentos cruciais colhidos ao longo do mês.

Esse capítulo marca o encerramento da instrução das ações penais relativas aos núcleos 1, 2, 3 e 4 da denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR). O último grupo ouvido foi o núcleo 3, apontado como responsável pelo planejamento das ações táticas do golpe, incluindo o monitoramento do ministro Alexandre de Moraes e do presidente Lula — símbolos centrais da resistência democrática brasileira.

Agora, começa uma nova fase: os réus do núcleo 3 têm cinco dias para solicitar diligências extras ou requerimentos complementares, enquanto as defesas dos outros núcleos já avançam nesse prazo. Depois disso, virão as alegações finais, quando defesa e acusação terão 15 dias para apresentar seus argumentos decisivos, na reta final antes da sentença que pode condenar ou absolver os envolvidos.

Entre os réus está o ex-presidente Jair Bolsonaro, líder do núcleo 1, que já teve a PGR pedindo sua condenação. O julgamento está previsto para setembro e ficará sob responsabilidade da Primeira Turma do STF, presidida pelo relator Alexandre de Moraes, com os ministros Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux decidindo os destinos do grupo que tentava abalar as estruturas da democracia nacional.