Na linha de frente do atendimento público em Feira de Santana, a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Estadual funciona 24 horas e atende urgências para cerca de 300 mil habitantes. Localizada próxima ao Hospital Geral Clériston Andrade, a unidade é administrada por uma empresa terceirizada e oferece uma estrutura robusta, com quatro médicos clínicos, pediatra, ortopedista, cirurgião, 14 leitos de enfermaria, além de exames laboratoriais, raio-x e ultrassom disponíveis em tempo integral.
O diretor da UPA, Dr. José Luiz, reforça a importância de entender as funções das diferentes unidades de saúde no município para otimizar os atendimentos. Ele explica que a UPA é ideal para situações críticas, como desmaios, crises convulsivas, dores intensas e complicações gestacionais, enquanto casos mais leves, como sintomas gripais ou febre baixa, devem ser tratados em UBSs ou policlínicas, disponível em quase todos os bairros de Feira.
Enquanto isso, a gerente operacional de enfermagem, Emanuelle Cunha, revela uma dura realidade: a unidade opera com uma capacidade ultrapassada, com 46 pacientes internados em apenas 18 leitos, atingindo 260% de ocupação. Muitos pacientes aguardam em poltronas, e a superlotação é agravada por aquela parcela que poderia ser atendida em outras unidades, mas acaba na UPA por indicação. Para mitigar, a equipe implementou consultórios específicos para casos menos graves, busca agilizar atendimentos e realiza pesquisas de satisfação que indicam aprovação acima de 90%, mesmo diante das adversidades.
Dr. José Luiz admite a pressão sobre a unidade, mas aproveita a entrevista para alertar a população sobre a importância de respeitar o papel de cada serviço de saúde. “A UPA é para emergências reais — é fundamental que as pessoas busquem inicialmente a atenção básica. Isso desafoga o sistema e permite que os casos graves sejam atendidos com prioridade”, finaliza o diretor, apontando caminhos para melhorar o atendimento em Feira de Santana.