O governo dos Estados Unidos surpreendeu o Brasil com um golpe na economia: Donald Trump anunciou uma tarifa de 50% sobre produtos importados do país a partir de 1º de agosto, causando impacto imediato em setores estratégicos como suco de laranja, café, carne e a aviação, especialmente a Embraer. A decisão polêmica, exposta em carta que destaca processos judiciais contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, já provoca uma reação acalorada na política e na economia brasileiras.
Na edição especial do Jornal do Meio Dia, na Rádio Princesa FM, os economistas Amarildo Gomes e Gesner Brehmer discutiram as consequências do chamado "tarifaço". Amarildo criticou duramente o uso político do tema por grupos ligados a Bolsonaro que tentam se beneficiar da crise. Já Gesner alertou para os perigos de uma escalada protecionista mundial, liderada pelos EUA, mas também enxergou que o momento difícil pode abrir portas para o Brasil diversificar suas parcerias comerciais.
No campo político, o episódio acabou favorecendo o presidente Lula, que vinha enrolado com polêmicas como o fim da desoneração da folha, segundo Amarildo. Do outro lado, Bolsonaro aproveitou as redes sociais para defender que uma anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023 traria “paz para a economia”, posicionamento que teve resposta firme dos analistas, que afirmaram ser um erro grotesco vincular a economia a concessões judiciais que colocam em xeque a credibilidade internacional do Brasil.
Por fim, o presidente do Sicomércio, Marco Silva, questionou se os políticos ajudam ou atrapalham durante essa crise e os economistas foram categóricos: a política tem atrapalhado e é preciso mais maturidade institucional. Eles clamaram pela retomada de uma diplomacia pragmática e focada em fortalecer relações com democracias ocidentais, avisando que, apesar do clima tenso, o Brasil pode sair fortalecido se agir com responsabilidade e clareza.