Um dos terreiros mais antigos e venerados da Bahia, o Ilê Axé Loba’Nekun, localizado em Cachoeira, está prestes a passar por uma transformação histórica. Fundado em 1914, o espaço sagrado do candomblé Nagô receberá um robusto projeto de preservação e valorização cultural que inclui reformas na estrutura, ampliação e adaptações para garantir segurança e acessibilidade a todos os visitantes.
Com mais de cem anos de resistência e dedicação às tradições africanas, o Ilê Axé Loba’Nekun se destaca não só como templo religioso, mas como um centro de educação e manutenção da memória afro-brasileira. O projeto, aprovado em editais da Política Nacional Aldir Blanc e financiado pelo Governo do Estado via Secretaria de Cultura, promete assegurar a conservação física e a continuidade desse patrimônio vivos dos saberes ancestrais do Recôncavo Baiano.
Dentre as melhorias previstas, estão a restauração da estrutura física do terreiro, a instalação de um sistema de segurança, além da ampliação do espaço para que todos, inclusive pessoas com deficiência e mobilidade reduzida, possam participar plenamente das atividades religiosas e culturais. Essa intervenção reforça o compromisso com a inclusão social e a preservação das tradições de matriz africana.
Para além da obra civil, o projeto inclui o Seminário Guardião das Memórias, que reunirá mestres, especialistas e comunidade para debater educação patrimonial, políticas públicas e a importância da acessibilidade na valorização da cultura afro-brasileira. Esta ação formativa pretende fortalecer ainda mais a vida e a memória dos povos de terreiro, elevando o Ilê Axé Loba’Nekun ao patamar de verdadeiro guardião da ancestralidade.