O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, aumentou a aposta na guerra comercial global ao anunciar a imposição de tarifas de 30% sobre produtos importados do México e da União Europeia (UE), ampliando agressivamente as medidas já aplicadas, enquanto mantém pressão também sobre o Brasil. A justificativa oficial aponta para a resposta a problemas como tráfico de drogas e desequilíbrio nas trocas comerciais, mas a reação dos parceiros transatlânticos foi instantânea e dura, elevando o clima de tensão no comércio internacional.
Enquanto as tarifas para o México sobem de 25% para 30%, os produtos amparados pelo Tratado entre México, Estados Unidos e Canadá (T-MEC) permanecem livres dessas cobranças extras. Trump acusa o México de falta de firmeza no combate ao tráfico de drogas, mesmo diante da cooperação na proteção da fronteira. O governo mexicano classificou o aumento como “injusto” e prometeu seguir negociando para defender empregos e empresas dos dois lados, em um cenário que se torna cada vez mais conflituoso.
Do lado europeu, o aumento das tarifas para 30% sobre produtos da UE — desde os 20% anteriores — suscitou forte reação. Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, alarmou que a medida pode romper cadeias de suprimento vitais, prejudicar empresas e consumidores europeus e americanos, e declarou que Bruxelas está pronta para negociar um acordo antes de 1º de agosto. Ao mesmo tempo, prometeu contramedidas “na mesma moeda” caso não haja acordo, enquanto líderes como Emmanuel Macron e Katherina Reiche pedem respostas firmes e pragmáticas.
Essa escalada faz parte de uma série de tarifas recentemente impostas por Trump, que também anunciou cobrança de 50% sobre produtos brasileiros a partir de agosto, impactando setores estratégicos como alumínio e aço, aumentando ainda mais a volatilidade nos mercados globais e elevando temores de recessão mundial. Apesar do cenário tenso, os EUA mantêm abertas as negociações comerciais com vários países, incluindo recentes acordos com Reino Unido, Vietnã e ajustes temporários com a China, em busca de uma estratégia econômica mais ampla em tempos instáveis.