O clima esquentou de vez nas relações entre Brasil e Estados Unidos. Na noite da última quarta-feira (9), o ex-presidente Donald Trump anunciou uma taxa pesada de 50% sobre todos os produtos brasileiros importados pelos EUA, medida que entrará em vigor a partir de 1º de agosto. A retaliação explodiu após o julgamento de Jair Bolsonaro, réu nos atos golpistas analisados no Supremo Tribunal Federal (STF).

Trump não hesitou em criticar duramente a condução brasileira, chamando de "vergonha internacional" o tratamento dado ao ex-mandatário e alegando que o comércio bilateral está “longe de ser recíproco”. Em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o republicano ameaçou manter ou até aumentar as tarifas, dependendo do desenrolar das relações entre os países, deixando claro que os 50% são apenas o começo para corrigir o que considera um sistema injusto.

Em resposta imediata, Bolsonaro utilizou suas redes sociais para publicar um versículo bíblico carregado de significado político: “Quando os justos governam, o povo se alegra. Mas quando os perversos estão no poder, o povo geme” (Provérbios 29:2). A mensagem direta parece um recado tanto para a situação interna do Brasil quanto para a pressão externa dos Estados Unidos.

Antes da imposição da tarifa, Trump já demonstrava seu apoio irrestrito a Bolsonaro, criticando a "caça às bruxas" contra o ex-presidente, sua família e apoiadores, e defendendo que o verdadeiro julgamento deveria acontecer nas urnas, não nos tribunais. “Ele não é culpado de nada, exceto por ter lutado pelo povo”, disse o ex-presidente americano, intensificando o conflito político que agora também afeta diretamente o comércio entre as duas nações.