Na última quarta-feira (30), o presidente Donald Trump assinou uma Ordem Executiva que eleva para 50% a tarifa de importação sobre produtos brasileiros, mas exclui da taxação 694 itens estratégicos do comércio bilateral – incluindo suco de laranja, combustíveis, fertilizantes e, surpreendentemente, aeronaves civis fabricadas pela Embraer.

Essa lista de exceções, disponibilizada no Anexo I do documento oficial, garante que produtos essenciais como polpa de madeira, metais preciosos e energia fiquem isentos do “tarifaço”, a partir do dia 6 de agosto. Contudo, itens importantes para o agronegócio – como café, frutas e carnes – terão a pesado tributo aplicado, afetando duramente esses setores.

A Embraer, que enfrentava um aumento de até R$ 50 milhões no custo por avião vendido aos EUA, comemorou a exclusão das suas aeronaves e componentes, considerando a decisão um reconhecimento da relevância estratégica da empresa para ambos os países. As ações da fabricante brasileira reagiram positivamente e dispararam 10,93% na bolsa no mesmo dia. Ainda assim, os 10% de tarifa vigentes desde abril vão continuar até agosto.

No documento, Trump alega que o Brasil representa uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos, citando supostas violações de direitos humanos e perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seus apoiadores, além de críticas ao ministro do STF Alexandre de Moraes. O governo americano acusa o Brasil de minar o Estado de Direito e usar o judiciário para censurar opositores, justificando a imposição das tarifas elevadas.