O clima entre Brasil e Estados Unidos esquenta de forma alarmante. Nesta segunda-feira (14), o governo Donald Trump reacendeu a crise diplomática ao disparar novas ameaças que envolvem não só o ex-presidente Jair Bolsonaro, mas também o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e o presidente Lula. A tensão estourou nas redes sociais, através de um comunicado do subsecretário Darren Beattie, que expôs a insatisfação americana diante das recentes ações políticas brasileiras.

Na mensagem, Trump critica duramente o julgamento de Bolsonaro acusado de liderar atos golpistas no dia 8 de janeiro de 2023. Ele diz que o Brasil está "humilhando" um líder que, segundo ele, foi respeitado internacionalmente e acusa o STF e o governo Lula de comprometerem a liberdade de expressão e o comércio bilateral. “São ataques muito abaixo da dignidade das tradições democráticas do Brasil”, declarou o ex-mandatário norte-americano em sua carta pública.

O episódio ocorre justamente quando a Procuradoria-Geral da República prepara as alegações finais no processo contra Bolsonaro, que será enviado ao Supremo até o fim do dia. Paralelamente, Lula assina um decreto que irá regulamentar a nova Lei de Reciprocidade Econômica, uma resposta direta aos EUA, que impuseram tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros exportados para lá, em vigor a partir de agosto. Essa medida retaliatória ameaça impactar fortemente a economia brasileira, especialmente a baiana.

Trump não esconde sua intenção de reequilibrar a relação comercial com o Brasil, que ele classifica como desequilibrada e injusta. Ele alerta que a tarifa brasileira é até modesta diante do que deveria ser aplicado para corrigir as “graves injustiças” no sistema atual de comércio bilaterial, sinalizando um possível afastamento mais profundo entre as duas nações. A confrontação política e econômica entre Brasil e EUA promete esquentar ainda mais com desdobramentos imediatos.