A Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI), ligada à Secretaria do Planejamento, divulgou dados preocupantes da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE, mostrando que as vendas do comércio varejista baiano recuaram 0,7% em maio de 2025 na comparação com abril. Enquanto isso, o varejo nacional praticamente ficou estável, com ligeira variação negativa de 0,2%.

Apesar deste tombo mensal, o comércio da Bahia ainda apresenta crescimento de 1,1% frente a maio de 2024, desempenho inferior ao brasileiro, que avançou 2,1%. A principal vilã deste cenário é a alta nos preços, especialmente do setor de Habitação na Região Metropolitana de Salvador, que saltou de uma queda de 0,22% em abril para um aumento de 1,38% em maio, segundo o IPCA.

A situação das famílias baianas contribui para essa retração: conforme a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) da Confederação Nacional do Comércio (CNC), 78,2% das famílias estavam endividadas em maio, acima dos 77,6% de abril. Juros elevados pressionam ainda mais o bolso do consumidor, derrubando a capacidade de consumo e refletindo na redução das vendas.

O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), medido pela Fecomércio-BA em parceria com a CNC, também aponta para uma queda de 0,7% em relação ao ano anterior, mostrando a desconfiança crescente dos consumidores. Por outro lado, setores como hipermercados, supermercados, alimentos e móveis demonstraram força, com destaque para eletrodomésticos que cresceram 16,7%, impulsionados pelo Dia das Mães. No varejo ampliado, contudo, a estagnação reina, pois as vendas caíram 0,1% em maio e acumulam retração de 2% no ano, impactadas especialmente por segmentos negativos.