A Bahia vive uma escalada assustadora na violência armada em 2025. Segundo o Instituto Fogo Cruzado, o número de pessoas baleadas subiu 26% no primeiro semestre deste ano em comparação com 2024. Apesar de a quantidade de tiroteios registrados ter permanecido estável, os confrontos ganharam tamanho e força, resultando em mais mortos e feridos, especialmente em Salvador, onde o cenário se tornou ainda mais preocupante.
O levantamento semestral do instituto revela que, nas regiões metropolitanas de Salvador, Recife e Rio, o total de tiroteios cresceu 36%, chegando a 253 ocorrências. Na Bahia, um dos incidentes mais chocantes aconteceu em 29 de junho, quando uma festa “paredão” no bairro Alto do Cabrito virou palco de um ataque violento, deixando dois jovens mortos e nove feridos. Esse episódio é um exemplo claro do agravamento da crise de segurança nas cidades.
Os números são alarmantes: nas três regiões acompanhadas pelo instituto, 108 pessoas perderam a vida e 64 ficaram feridas, superando os dados de 2024, que registraram 80 mortes e 60 feridos. A situação é ainda pior quando analisamos o impacto sobre crianças e adolescentes – neste primeiro semestre, 21 jovens foram baleados, 11 deles mortais, um aumento de 91% em relação ao ano anterior. Isso evidencia o perigo crescente para os mais vulneráveis da sociedade.
Para Maria Isabel Couto, diretora do Instituto Fogo Cruzado, esses dados não refletem apenas números frios, mas o drama real vivido por famílias que enfrentam uma crise crescente de violência em suas comunidades. “Mais tiroteios significam mais vidas marcadas pelo medo e pela perda. Precisamos urgentemente de respostas eficazes em níveis estadual e federal porque essa tragédia diária não pode ser ignorada”, alerta a especialista, que destaca a importância de monitorar em tempo real a violência para entender o impacto desses grupos armados sobre a população.