Num discurso explosivo nesta sexta-feira (1º), o senador Jaques Wagner não poupou críticas e pediu que o deputado federal Eduardo Bolsonaro seja declarado persona non grata no Brasil, em atitude incomum que denuncia uma grave crise política. Wagner destacou que o termo, usado na diplomacia para expulsar oficiais estrangeiros por conduta ofensiva, deveria ser aplicado a Eduardo, que está morando nos Estados Unidos e, segundo ele, age contra os interesses brasileiros.
O senador não hesitou em condenar o deputado por ter solicitado sanções econômicas ao governo dos EUA contra o Brasil e até festejado uma taxa de 50% sobre produtos brasileiros, além de incentivar empresários nacionais a investirem nos próprios Estados Unidos. “Um deputado que abandona o país para pedir castigo à sua própria terra não merece respeito. Isso é vergonha!”, criticou. Para Wagner, essa postura seria falsa e indignaria qualquer cidadão brasileiro honesto.
O embate político também ganhou tons pessoais, com o senador afirmando que o ex-presidente Lula deve enfrentar a Justiça no Brasil para provar sua inocência na crise do dia 8 de janeiro, ao invés de “mandar seu filho fazer sujeira lá fora”, minando empregos e salários de compatriotas. “Se quer briga, que brigue aqui dentro do país!”, disse em tom firme, exigindo que o processo seja feito dentro das instituições nacionais e não com interferência externa.
Nos últimos dias, Jaques Wagner esteve nos EUA liderando uma missão de senadores cuja pauta principal foi tentar reduzir as tarifas impostas pelos americanos aos produtos brasileiros. Ele celebrou que o grupo, composto inclusive por figuras da direita e ex-ministros de Bolsonaro, conseguiu retirar diversos itens da lista inicial de taxações de 50%, classificando a operação como um importante sucesso diplomático e político para o Brasil.